A chegada a Portugal de Harry Potter e os Talismãs da Morte, o sétimo e último livro da saga "potteriana" finalmente traduzido para português, fecha hoje um capítulo único na história da literatura mundial. Tudo acontece logo à meia-noite, a hora mágica em que os fãs correm às livrarias - abertas fora de horas por todo o País -, tiram o livro de 608 páginas das prateleiras e ficam a saber quem mata, quem morre e quem tem direito ao final feliz. Depois do lançamento do original em inglês, era esta a versão que ainda faltava para o aprendiz de feiticeiro alcançar a perfeição do conceito "fenómeno literário" que arrasta multidões.
"Como acontece com a maior parte dos livros que encerram uma colecção, a curiosidade em descortinar o final de uma história concentra-se no derradeiro volume", confirma o director de Marketing da Presença, Francisco Pinto Espadinha, avançando um cenário de "dez mil exemplares vendidos" logo nas primeiras 24 horas. Durante dez anos, J.K. Rowling lançou a obra que somou mais de 325 milhões de livros em todo o mundo e alimentou o frenesim da "pottermania". Hoje à noite, a Editorial Presença prepara-se para revelar, definitivamente, aquele que será o título "mais emblemático da história", considerado já a principal aposta da editora até 2008 por ser o último e em português.
A 21 de Julho, data do lançamento mundial, foram milhares os leitores que mergulharam de cabeça na euforia colectiva e invadiram as livrarias em festa. Os portugueses não se conformavam com a espera de quatro meses pela tradução, quiseram avançar na linha da frente juntamente com os outros e, com mais ou menos dificuldades, dispuseram-se a testar o seu inglês nas edições originais do último título de Rowling, Harry Potter and the Deathly Hallows.
"Comprei-o na Fnac do Colombo naquela mesma noite e devorei-o em quatro dias com a ajuda do dicionário", conta Mariana Pires, de 17 anos. "Fartei-me de chorar quando ouvi dizer que o Harry ia morrer
e depois voltei a chorar, pelo modo como as coisas acabaram", acrescenta Joana Mendonça, de 20 anos e adepta confessa dos ambientes mágicos de Hogwarts. Mas nem assim se estraga o grande momento que é a saída da versão portuguesa, à meia-noite de hoje. As horas que passam são insuficientes para conter expectativas e emoções.
"Já li o livro em inglês porque morria de curiosidade, mas vou comprar os Talismãs da Morte para não correr o risco de perder nada", assevera Cátia Almeida, de 15 anos e uma primeira leitura feita com a ajuda da mãe. Carolina, a prima três anos mais velha, concorda: "É sempre diferente ler em português, por ser a nossa língua. E neste caso será quase como descobrir a história de novo, tal é o nervoso miudinho que sinto por saber que falta tão pouco para ter este livro nas mãos."
O jovem aprendiz de feiticeiro tem agora 17 anos, perdeu o encantamento de protecção que a mãe lhe lançou na noite em que foi morta e tem pela frente a pior das batalhas da sua ainda curta existência: encontrar os Horcruxes de Voldemort e destruir aqueles objectos negros carregados da alma do inimigo. Os perigos são os maiores de sempre, a batalha final de vida ou morte. Só mesmo a amizade incondicional de Harry, Ron e Hermione será capaz de garantir o happy ending desta aventura ímpar que, segundo a Presença, já vendeu mais de 325 milhões de exemplares no mundo, mais de 1,3 milhões de livros em Portugal, foi adaptada das letras para cinema e videojogos e fez da autora a primeira pessoa a figurar na galeria dos multimilionários britânicos através da escrita, com uma fortuna avaliada este ano em 545 milhões de libras (o equivalente a cerca de 782,68 milhões de euros).
"O lançamento deste Harry Potter e os Talismãs da Morte é, sem dúvida, o momento mais aguardado do ano", sublinha Paulo Gonçalves, da Porto Editora, falando com base nos números já alcançados pela livraria virtual do grupo, a Webboom.pt. "De 1 de Outubro até hoje vendemos cerca de 4000 exemplares." E com o aproximar da meia-noite "é certo que as vendas vão acelerar e ultrapassar os 5000 livros", lança ainda o responsável do gabinete de comunicação, confiante na "enorme expectativa" despertada: "O facto de ser o livro que marca o fim das aventuras dá-lhe um élan muito especial."
Para já, a fasquia de referência para Os Talismãs da Morte são as vendas de Harry Potter and the Deathly Hallows no Reino Unido e EUA, respectivamente de 2,7 e 8,3 milhões de exemplares. O feiticeiro inseguro cresceu, Rowling diz não querer relançar a história, o enredo fecha-se a partir daqui. Mas ainda há lugar para a magia.
Livro:
Sinopse:
Neste tão esperado último volume, Harry Potter tem de cumprir o seu destino, orientado pelas sábias mas pouco claras instruções de Dumbledore, que parece vigiá-lo do túmulo.
O nosso herói sabe que, para derrotar Voldemort, precisa em primeiro lugar de encontrar e destruir os horcruxes, objectos plenos de magia negra e carregados da alma do arqui-inimigo de Harry. Ao mesmo tempo, serão os três Talismãs da Morte uma realidade, ou nada mais que elementos de uma lenda infantil?
Nesta missão, Harry, Hermione e Ron encontrarão mais perigos do que alguma vez haviam imaginado; só a força unida de todos e a capacidade de confiarem uns nos outros lhes permitirá descobrir a diferença entre o caminho certo e o caminho mais fácil.
Nº de páginas: 608
Data de lançamento: 16 de Novembro
Fonte: www.presenca.pt